Um chão sagrado
Bairro é um chão sagrado,
Tumba dos nossos avós,
São as raízes do passado,
Revivem dentro de nós.
É simples a nossa gente,
Mas ninguém lhe cala a voz,
O nosso brio não o consente,
Sem a ira de todos nós.
Minha terra, doce lar,
Terno berço de embalar,
Foi aqui que me criei
E aprendi tudo o que sei.
Dos idos tempos de outrora,
De que pouco se conhece,
Emergem lendas agora,
Que a bruma dos anos tece.
Houve em Pereira um solar
Que gente nobre habitou.
Do nome desse lugar
O seu apelido tirou.
Deles a História conta
Os feitos grandes que obraram,
À frente dos quais aponta
Que a D. Nuno geraram.
Num murmúrio suave,
Tão débil que mal ecoa,
Por aqui passa o Ave,
Um pássaro que não voa.
Que gosto em ser bairrense!
Sentimos a vibração,
Frémitos de emoção
Da fama que nos pertence.
Com orgulho redobrado,
Nós prezamos a memória
Do caminho já andado
Durante a nossa história.
Temos o dom e a glória
De ver no céu o luzeiro,
Que mostra o rumo certeiro,
Que nos conduz à vitória.
Já não há rival que vença
Nem feitiço reducente
Da força da nossa crença
Nos de cá, na nossa gente.